quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eu quis

Eu quis me dar ao teu dia,
Um dia comum,
Uma era com trago aveludado.

Quis colher com estas mãos.

As estrelas
deixaram-me a sós com a minha confissão.

Degolei os meus maiores receios,
Esgotei-lhes a força
Derrotei este rasgo impetuoso de
sombra-solidão.

Nas minhas mãos caíam lágrimas,
eram vidas,
paisagens distantes,
viagens nunca feitas,
histórias por contar...
Segredos nossos.
A nossa janela. O mundo.
Eu e tu.

Eu quis me dar ao teu dia,
Ser uma pequena parte
do que te pertence
Abrir a porta de quando em vez,
Ser gentil, saudar-te.

Quis humanamente não ser tua,
mas fazer-te arte,
apoderar-me do fim,
fazer de ti, um recomeço.

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