domingo, 14 de fevereiro de 2010

Cegueira


Calculo e conto-te impar

Irregular, assimétrico

Desbotado, sujo até...


Falham as miras contra nós e os nossos peitos não colidem...


Eu falho-te, desencontro-te

Não te deixo que me vejas


Ou tu não me vês

Porque eu estou sempre perto...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Em jeito de desabafo...

Cumplicidade
Um mal menor
Esta cegueira à memória um do outro
A densa corda de luz
De engate em engate

Neste poema a preto e branco
As cores desta violência mundana
Já não corroem...

Que te acompanhe o rosto ausente
O lume precioso
O sal das bocas que nos esconde...

Continuaremos nómadas um no outro
O lugar que se aquietou
Nesta minha mobilidade ferrugenta...

Sinto que te perco aos poucos quando estás comigo...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Um Passo de Poeta


Um passo

Lateral ao ponteiro que avista o sossego

Um segundo

Em contas que contam vidas que te escaparam

O encosto viril, a mão firme

De quem determina se a vida te vale

Ou te quer, Indevida


Seguro a ti mesmo, o mesmo estandarte

Aquele que sem vitórias, faz-te subir montanhas


E és um herói em terras áridas, sulco seco...


É hora de dormir de repente, sem querer

É o momento certo para adormecer do outro lado

Onde te abraçam em segredo

E mostram a ode triunfal de um poeta de ninguém


Sonha agora!...O Tempo urge!