segunda-feira, 5 de julho de 2010

Traços

Hoje sou timbre ausente
Tenho um leve pena pesada
Sou desmantelada por partes vencidas
Memórias que não isento
Um breve conversa que nunca existiu
Sou encalço do meu próprio caminho
Cálculo mal calculado
Em vez de espada, sou espinho
Em vez de herói,sou fardo
Sou montanha nunca seguida
Um mundo em vez do outro
Sou o silêncio aturdido de passagens
Sou aquela viagem que não tem retorno

Tenho nos dedos o medo
E o medo tem derrotas
Sou embriaguez da minha vida
Sou o defeito para além do feitio

Às vezes custa aceitar-me
Mas depois amanhece
E eu recupero-me na falta

Depois para lá de nada existir
Para lá do que não consentimos
Há um cheiro a liberdade