quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Suspiro

Nada mais volta a ser
que o menos de não querer
e nas asas do infinito
onde o pranto e a razão
se alimentam num só grito
resplandecem os seres controversos
na sede da chama em poder
que nada os resvalece

verdadeira mentira sentida
lida nos olhos e nas mãos
da forma humana esquecida
gentil dor omitida
que mais não é 
que Paixão






























quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Um muro

Era uma vez um muro
um muro tão alto quanto a tua posse
em cima do muro
um conto de contas e o espião da noite
surgiu o murmurar no sal fino
que ela traz nos poros
a concórdia audaz brilhando no ombro nu
onde deste o primeiro beijo

por detrás do muro
as bocas unem-se a despeito
o vinho é extenso como o rio da alma
somos despojados  de limites
e lá as almas têm luz.


era uma vez um muro
que alteava os nossos egos
ficavamos dissimulados
esborratando com as mãos
essas linhas que nos contornam
onde dormiamos nos brandos suspiros
onde lá vigiavamos o horizonte
que em busca, subsiste.